Muitas dúvidas existem quando o assunto é fístula arteriovenosa para pacientes que realizam hemodiálise. Em suma, a fístula, também conhecida por FAV, é a união de uma artéria e de uma veia do corpo confeccionada por meio de uma cirurgia, geralmente localizada no braço ou antebraço.
A fístula é feita cirurgicamente no corpo do paciente renal por um médico cirurgião vascular. Esse procedimento, que é simples para o profissional médico e dura cerca de 60 minutos para ser feito, tem por objetivo facilitar a filtragem do sangue pela máquina de hemodiálise, uma vez que a fístula é um facilitador (o meio) para a saída e entrada do sangue no corpo do paciente. A fístula permite uma passagem maior de fluxo sanguíneo pela veia em direção a máquina de diálise, diminuindo a possibilidade de intercorrências de saúde (comuns aos cateteres de hemodiálise).
Cirurgião Vascular e a fístula
Como já dito, a confecção da fístula é de responsabilidade do médico cirurgião vascular. Segundo orientações do Kidney Disease Outcomes Quality Initiative – KDOQI, que é um protocolo utilizado mundialmente pra hemodiálise, não há necessidade de acompanhamento anual da fístula por um médico vascular. Porém, todo cuidado é mais do que necessário.
A fístula pode, com o tempo, apresentar problemas. Afinal, estamos falando de um procedimento invasivo do corpo e que está em constante uso. Algumas situações que podem aparecer quando um paciente possui uma fístula são: estenoses (estreitamento ou constrição de um duto ou passagem no corpo), degradação da veia utilizada e problemas de drenagem do sangue (entupimento proximal de veias usadas pelos cateteres prévios), entre outros.
As causas de problemas com a fístula são variadas. Elas podem ir de traumas, como pancadas e acidentes diversos, a mudanças físicas variadas. Por exemplo, se for identificado na fístula o crescimento de aneurismas (dilatação anormal da veia), dor, ou até mesmo o aumento de pressão venosa (que pode ser identificada por alteração de parâmetros da máquina de hemodiálise), um médico cirurgião vascular deve ser procurado. Essas alterações físicas podem, com o tempo, levar a uma oclusão da fistula. A título de curiosidade, é comum que as máquinas de diálise emitam sons de alerta quando alguma alteração no processo de diálise ocorre. Se esse aviso for identificado em 3 diálises seguidas, é importante procurar um cirurgião vascular para avaliar a fístula, pois o problema pode estar nela.
A identificação dos problemas na fístula é um processo simples, no geral. O cirurgião vascular vai, por meio de exame físico, com o uso de ecodoppler (ultrassom que avalia o fluxo sanguíneo), identificar o problema e corrigi-lo antes que a fistula oclua. Um dos benefícios identificados ao longo dos anos é o do acompanhamento na hemodiálise por um médico vascular ou equipe treinada para identificar possíveis alterações. Um profissional presente pode identificar esses problemas na fístula de forma mais rápida, melhorando a resposta aos problemas e, consequentemente, impactando de forma positiva na qualidade de vida do paciente renal em hemodiálise.
O médico cirurgião vascular atua em diversas especialidades da medicina e a nefrologia também se beneficia de um médico vascular. Ao menor sinal de problemas circulatórios procure um médico vascular e faça um acompanhamento de sua saúde.
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